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Quem dança seus males espanta: A dança como terapia

"A experiência do corpo é descobrir o ritmo interno através do qual se pode mobilizar a via de comunicação que há em seu interior. Para isso, o corpo deve ser motivado e, sobretudo , ter um sentido: por que me movo e para quê." María Fux.


A dança como forma terapêutica vem sendo cada vez mais percebida como motivação para os brasileiros. Segundo o professor de dança Marcelo Grangeiro, coreógrafo da Dança dos Famosos 2023, que patrocinou de uma pesquisa com 663 participantes de todo o Brasil, o levantamento revela que mais de 85% dos praticantes de dança já superou problemas ou fases negativas por meio da atividade.



Independentemente do estilo, forma ou ritmo, um fato sobre essa prática é unânime: dançar faz muito bem à saúde física e mental. De acordo com o estudo, além de aprender melhor as técnicas de dança (39,2%), muitas pessoas são motivadas a dançar para interagir socialmente (15,4%), para melhorar a saúde (15,2%) ou como forma de praticar uma atividade física (12,1%).

“A dança é uma ferramenta poderosa para alcançar o bem-estar. Além de promover a melhoria da qualidade de vida e da saúde, a dança também auxilia na prevenção de doenças e contribui de forma significativa para a manutenção da saúde mental das pessoas que a praticam”, avalia o especialista.


"Não percebemos, mas estamos em constante movimentos. O andar, o bater do coração, ao pegar com as mãos um objeto. A dança é uma sublinhação do que o corpo pode se expressar. E essa possibilidade de utilizar o corpo no espaço e no movimento, modelando os sons com suas partes do corpo é o que nos dar a consciência de que estamos vivos", diz a terapeuta Helen Pomposelli, que ministra sessões de Dançaterapia individuais e em grupo.

Não é por acaso que, para 67,3% dos respondentes da pesquisa, um dos maiores benefícios da dança é justamente melhorar a saúde mental e emocional. “Um número expressivo de pessoas (85,5%) afirmou que a dança já ajudou a superar algum sentimento negativo ou alguma dificuldade na vida. Isso é muito relevante para mostrar o quanto a dança pode ser benéfica”, observa Grangeiro.



" Dançar é a arte de transformar emoções guardadas em movimentos verdadeiros "

( Patrícia Sauer )


Mais da metade dos entrevistados (59,7%) também apontou que “divertir-se” é outro benefício desse tipo de atividade. “Por estar associada à diversão, a algo prazeroso, a dança provoca sensação de alegria e bem-estar, como comprovou a pesquisa”. Para Patrícia Sauer, professora de dança desde seus 12 anos de idade e há mais de 20 anos que a dança vem seguindo um legado da Sauer Danças com sua família, com quatro gerações, a dança é buscada por pessoas que querem criar um movimento novo na vida ou simplesmente por diversão, para um encontro, para rirem, se sentirem bem.


" A Sauer Danças virou a casa dessas alunas, um dia especial na vida delas, e isso volta para a escola de uma maneira muito boa espiritualmente e energeticamente. Essa transformação que fazemos nas pessoas nos retorna em forma de amor", conta Patricia.

Mas a saúde física não fica atrás. De acordo com o professor, a dança Grangeiro, exige a movimentação do corpo e, com isso, proporciona o gasto de energia. “A prática regular de qualquer tipo de dança ajuda a aumentar a flexibilidade, além de melhorar a coordenação motora e o condicionamento aeróbico”, garante.


Para a artista, professora e terapeuta Beatriz Baranowski, que mora atualmente na Alemanha, a dança como uma arte de expressão com o próprio veículo que é o corpo, ela ainda pode ser mais curativa do que outras formas de expressão criativa porque ela simultaneamente transmuta na medida que você transforma sentimentos em movimentos, falas e súplicas, desejos, sonhos ou até sentimentos negativos como a dor, a tristeza. Ela transforma e ao mesmo tempo, o movimento tem efeito no corpo fisico. A dança é ao mesmo tempo uma forma de transformação e transmutação no nível emocional e no nível fisiológico.




"Podemos dizer também que ao dançar a gente não precisa ser literal, a gente sai da dureza do nosso intelecto. Quando a gente cria um movimento, ele não tão é somente decifrável. A frase, a palavra, tende a reduzir mais o significado a um escopo mais limitado de interpretações, enquanto a dança é muito libertadora. Você pode estar falando uma coisa com a dança que você nem sabe o que é e ainda assim aquilo pode estar te libertando", Beatriz Baranowski.

Quer dançar? Aproxime-se de pessoas que dançam

Sabemos que, de forma geral, o círculo social em que a pessoa convive tem uma grande influência no seu comportamento. Com a prática da dança não é diferente. A pesquisa mostrou que 22,5% dos praticantes começaram a dançar por influência de amigos ou familiares.

Para quem quer começar a dançar, Grangeiro recomenda se matricular em escolas de dança, frequentar bailes ou entrar para grupos de dança. “Hoje, na maior parte das cidades é possível encontrar instituições, públicas e privadas, que oferecem aulas de dança dos mais diversos tipos e para todas as idades. Vale a pena se informar e começar a atividade o quanto antes”.


Vamos dançar!


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