top of page
logoPPVBprpetohor.png

Dormir também se ensina

  • Foto do escritor: Helen Pomposelli
    Helen Pomposelli
  • 29 de mai.
  • 2 min de leitura

por Stephanie Kröger


Colocar uma criança para dormir está longe de ser uma tarefa simples.

Sei disso por experiência própria. Como mãe de duas meninas, vivo o desafio noturno entre historinhas, copos d’água e o famoso “só mais um beijinho”. Foi assim que percebi: o sono é um aprendizado. E, como todo aprendizado, exige rotina, exemplo e paciência.

Em paralelo, na minha prática clínica como cirurgiã-dentista, durante a minha pós-graduação em dor orofacial, comecei a estudar relação da má qualidade do sono com dores crônicas. Sono, inclusive, tornou-se minha área de pesquisa no mestrado. No âmbito clínico, passei a observar um outro lado: pacientes jovens entre 20 e 30 anos, aparentemente saudáveis, relatando dificuldades para dormir, ansiedade e uso de medicações indutoras do sono. São adultos que nunca aprenderam a dormir — e agora tentam compensar com remédios o que deveria ser hábito.


Enquanto ensinamos crianças a comer bem ou praticar esportes, o sono segue ignorado. Poucos pais explicam aos seus filhos que é à noite que o corpo cresce, o cérebro organiza memórias e as emoções se estabilizam. Dormir vai muito além do descanso.


Pesquisas da Associação Brasileira do Sono (ABS) e da Associação Brasileira de Medicina do Sono (ABMS) revelaram que 2 em cada 3 pessoas têm algum grau de comprometimento do sono. É um dado preocupante — mas ainda possível de mudar.

Por isso, defendo que dormir bem é um hábito construído desde a infância. Porque dormir também se aprende. E o momento de ensinar é agora.


Há algumas dicas para um sono melhor, que podem ser adotadas por todas as pessoas, desde as crianças e jovens, até os pais que precisam colocar os filhos para dormir:


  • Crie uma rotina com atividades relaxantes;

  • Mantenha horários regulares para dormir e acordar mesmo aos finais de semana;

  • Evite telas pelo menos 30 minutos antes de dormir;

  • Mantenha o quarto escuro, silencioso e com uma temperatura agradável;

  • Exponha-se ao sol pela manhã por 30 minutos;

  • Evite cafeína e energéticos à tarde/noite;

  • Use o quarto apenas para dormir.


Adotar essas práticas — ou ao menos incorporá-las gradualmente à rotina — pode ter um impacto significativo na qualidade do sono. No caso das crianças, é fundamental ensiná-las desde cedo sobre a importância do descanso para o crescimento e o bem-estar, apresentando o sono como um verdadeiro superpoder que as ajuda a aprender, crescer e enfrentar melhor os desafios do dia a dia. Ao cultivar essa consciência desde a infância, podemos vislumbrar um futuro em que as pessoas não apenas dormem melhor, mas vivem de forma mais saudável e equilibrada.


*Stephanie Kröger é professora universitária, cirurgiã-dentista e pesquisadora das relações do sono com dores crônicas. É autora do livro infantil “Meu sono é superpoderoso”, no qual compartilha conhecimentos científicos sobre a importância do descanso para o desenvolvimento


PER VIVERE BENE


Comentarios


Revista Per Vivere Bene

Copyright © Per Vivere Bene, 2019
bottom of page