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Conheça os tipos de ansiedade e os sintomas de cada um

Se analisarmos um grupo de 10 pessoas com ansiedade, é possível que cada uma delas faça um relato completamente diferente sobre os sintomas que experimenta. Isso ocorre porque o termo “ansiedade” abrange uma ampla gama de condições que afetam o humor e prejudicam a qualidade de vida.


A médica psiquiatra Drª Maria Fernanda Caliani explica que a ansiedade pode ser definida, de maneira geral, como um sentimento de insegurança, apreensão ou temor associado a uma preocupação excessiva com algo que ainda não aconteceu — ou seja, a um perigo.


Ansiedade um sentimento de insegurança, apreensão ou temor associado a uma preocupação excessiva com algo que ainda não aconteceu

“Essas sensações funcionam como um alerta que desperta o cérebro diante de situações interpretadas como ameaçadoras”, afirma a especialista.  “Elas são fundamentais para nossa sobrevivência, mas esses sentimentos tomam conta da mente e começam a atrapalhar nas atividades do dia a dia, aí nós temos que nos preocupar”, completa.


De acordo com a médica, o transtorno de ansiedade surge quando há um desbalanço químico que deixa as amígdalas cerebrais hiperativas. Estes pequenos órgãos, então, liberam outras substâncias que provocam os sintomas desagradáveis no corpo inteiro. É por isso que o tratamento da ansiedade inclui medicamentos que aumentam a serotonina, hormônio capaz de controlar a atividade das amígdalas cerebrais.


A seguir, saiba os diferentes tipos de ansiedade de acordo com a última edição do Manual Diagnóstico e Estatístico das Doenças Mentais, o DSM-5.


Transtorno de ansiedade generalizada: é o mais comum na população em geral. “Se você se descreve como uma pessoa nervosa, anda o tempo todo preocupado, vive tenso ou tem muita dificuldade para relaxar, pode ser que você tenha o transtorno de ansiedade generalizada”, diz Drª. Maria Fernanda. Essa condição é caracterizada por uma ansiedade e preocupação excessivas, frequentes e que causam muito sofrimento por mais de seis meses, levando a prejuízos nas esferas social e profissional, por exemplo.  Outros sintomas incluem irritação, sensação de “nervos à flor da pele”, cansaço excessivo, tensão muscular, dificuldade de concentração e  insônia. No entanto, cada indivíduo tende a apresentar uma combinação única desses sinais, que aparecem em maior ou menor intensidade.


Transtorno de ansiedade de separação: é mais comum em crianças, mas também pode afetar adultos. Ele é  caracterizado pelo medo ou ansiedade excessivos em relação à separação de um objeto de apego, que pode ser uma pessoa, um animal, um objeto ou um local, por exemplo. Quando separadas das figuras importantes de apego, as crianças com o transtorno podem ficar apáticas, tristes, com dificuldades para se socializar e se concentrar. Elas podem também desenvolver medos excessivos de animais, de monstros, de escuro ou outros. Pessoas com esse quadro eles acabam limitando as suas atividades e, muitas vezes, não conseguem realizar nem tarefas básicas, como ir à escola ou, no caso do adulto, sair à rua para tarefas do dia a dia.


Mutismo seletivo: também é mais comum em crianças. Nas interações sociais, as pessoas com mutismo seletivo não conseguem conversar ou responder adequadamente. Para elas, as situações de relacionamento interpessoal são marcadas por uma forte sensação de ansiedade, o que acaba gerando dificuldades na fala e prejudicando o desenvolvimento de habilidades importantes. Muitas das crianças afetadas tentam desenvolver formas de comunicação não-verbais, como a gestual. Esse quadro, no entanto, pode persistir ao longo dos anos, chegando até à vida adulta.


Fobia específica: algumas pessoas experimentam medo incontrolável de altura, avião, elevador, cobras, aranhas, insetos… entre muitos outros exemplos. Esse temor excessivo diante de situações específicas também configura um tipo de transtorno de ansiedade. Nas fobias específicas, o medo é persistente e a reação é desproporcional ao fator desencadeante, muitas vezes acontecendo mesmo antes do contato com o objeto causador da fobia. “É uma reação irracional, já que, na maioria das vezes, não existe um perigo real”, diz a Drª Maria Fernanda. Pessoas com esse quadro podem começar a evitar as situações de que têm medo ou mesmo apresentar sintomas extremos, como crises de pânico ou desmaios, ao se depararem com o agente causador da fobia.


Transtorno de ansiedade social ou fobia social: também é muito comum e consiste numa ansiedade exagerada diante de situações sociais em que a pessoa julga estar sendo avaliada ou observada por outros. “Pessoas que têm medo exagerado de serem observadas e fazem o que podem para não comer, falar ou escrever na frente dos outros, por exemplo, podem ter fobia social”, explica a médica. Quem sofre com o transtorno costuma se tornar cada vez mais recluso a simples ideia de ser confrontado com situações sociais já desencadeia uma ansiedade antecipatória. “Casos mais graves de fobia social incluem uma perda de autoestima e um medo muito grande de críticas”, acrescenta a Drª Maria Fernanda. “Esses pacientes valorizam muito a opinião das outras pessoas e podem experimentar uma sensação de humilhação simplesmente por serem observadas em atividades comuns”, detalha.



Transtorno de pânico: é outro bem comum e conhecido. “Se você já teve um ataque súbito de taquicardia, já sentiu crises fortes de ansiedade e nervosismo de uma forma insuportável, parecendo que nada pudesse te salvar, você provavelmente já teve uma crise de pânico ao longo da sua vida”, destaca a psiquiatra Maria Fernanda Caliani. Ela explica que esse transtorno, também chamado de síndrome do pânico, é caracterizado pela ocorrência repentina e inesperada de crises de ansiedade agudas, que costumam chegar a um pico em poucos minutos e passar logo depois. Apesar de serem crises mais curtas, elas começam a se repetir sem um gatilho específico em quem tem a síndrome do pânico. Às vezes, podem acontecer durante o sono ou em situações corriqueiras, gerando mais ansiedade e apreensão no paciente. Sintomas também comuns são suor em excesso, tremores, tensão muscular, sensação de asfixia, dor no peito, enjoo, tontura, calafrios e sensação de formigamento.


Agorafobia: é o medo excessivo de espaços que a pessoa considera desprotegidos ou difíceis de escapar. Indivíduos com agorafobia podem evitar espaços muito amplos, como shows e estádios, ou até mesmo cinemas, lojas ou a rua. “Essa pessoa tem medo de sair de um lugar que ela considera seguro, que geralmente é a casa dela. Mas a insegurança é desproporcional ao perigo que realmente existe nos outros ambientes. Pacientes com esse quadro muitas vezes passam a evitar diversos lugares ou só saem acompanhados de outras pessoas, o que gera prejuízos”, diz a Drª. Maria Fernanda.


Transtorno de ansiedade induzido pelo uso de substâncias: ocorre quando a pessoa faz uso excessivo de certas substâncias, que vão desde drogas ilícitas a produtos como álcool ou cafeína. Até alguns medicamentos, como os da classe dos opioides ou das anfetaminas, podem gerar sintomas de ansiedade, prejudicando as atividades diárias do paciente.


Transtorno de ansiedade devido a outra condição médica: algumas doenças ou alterações físicas podem também acabar desencadeando a ansiedade, que surge em decorrência da condição médica, e não de outros fatores.


A ansiedade não é sempre igual — apesar de vários sintomas coincidirem. A médica ressalta, ainda, que um tratamento eficaz também depende de um bom diagnóstico, e que, por isso, é fundamental procurar um profissional de saúde especializado caso você esteja vivenciando alguma das situações descritas anteriormente.


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